O Determinismo e o Livre Arbítrio no Contexto da Numerologia Cabalística

BLOG APNC

12/15/20204 min read

Os números revelam o plano da evolução e os potenciais do ser humano, porém eles não determinam como ele fará suas escolhas.
O mapa pessoal é um plano de probabilidades, possibilidades e oportunidades em amplo espectro da vida.
No mapa pessoal, elaborado pela da Numerologia Cabalística, encontramos revelações importantes do programa das probabilidades e oportunidades para o progresso do ser humano e sua evolução espiritual durante uma existência no plano da vida física.
Um cenário de oportunidades redentoras e promissoras.
No entanto, temos observado que há muitos numerólogos que ainda abordam o mapa pessoal como um cenário de determinismos, de previsões de sentido “apocalíptico”, expondo os números como deterministas dos eventos.
Fazem promessas infundadas na ciência contrariando as leis naturais, as leis da física e a psicologia humana; expõem os números como sendo os elementos determinantes dos acontecimentos com poder sobre a vontade humana, sobre o livre arbítrio, praticamente liberando o consulente de suas responsabilidades pelas escolhas que faz, ficando sujeito somente aos caprichos do determinismo.
Tiram o poder da ação do ser humano e o transferem para os números como entidades soberanas sobre sua vida e destino.
Ora, sabemos que existe um determinismo superior ao qual todos nós estamos submetidos no processo evolutivo, porém no âmbito deste determinismo existe uma faixa de liberdades e tolerâncias na qual nos é permitido escolher quais ações empreender.
Escolhemos se vamos desenvolver nossa individuação e seguir o nosso plano de vida, se queremos evoluir mais conscientes, se queremos mudar os cenários das probabilidades dolorosas, se queremos aproveitar todas as oportunidades de progresso, se queremos regenerar os padrões mentais recorrentes dos condicionamentos e maus hábitos do passado, se queremos desenvolver todos os nossos potenciais ou, se preferimos apenas passar pela existência vivendo preguiçosamente, postergando as oportunidades e negligenciando com nossas responsabilidades.
Outra constatação é a tendência ao negativismo, um fenômeno cultural sem dúvida.
Observa-se que muitos numerólogos tendem a ressaltar os aspectos negativos, em primeiro lugar, tais como: as tendências ocultas, as lições cármicas, as dívidas cármicas, os desafios, os arcanos e as sequências numéricas nos triângulos do nome.
Talvez isso ocorra com o objetivo de amedrontar para depois oferecer suas fórmulas de solução mágica em vez de instruir, orientar e aconselhar o consulente de que todos esses itens do seu mapa pessoal apontam para oportunidades, que são probabilidades e possibilidades apenas.
As tendências ocultas revelam impulsos comportamentais que precisam ser moderados, as lições cármicas se apresentam como aprendizados necessários à evolução espiritual eliminando o egoísmo, as dívidas cármicas são os reflexos das más ações do passado oportunizando regenerações, os desafios revelam as fraquezas mentais/emocionais que pedem atenção e equilíbrio, os arcanos, formados nas combinações das letras do nome, são as estações dos aprendizados para o desenvolvimento dos valores e das virtudes, pela ação da vontade, as sequências numéricas refletem padrões inconscientes repercutindo certas dificuldades em áreas específicas da vida.
Todas essas revelações oportunizam o fortalecimento das fraquezas psicológicas, os aprendizados, as regenerações dos padrões de crenças no mal e o desenvolvimento das habilidades ainda carentes.
Trata-se, portanto, de uma possível visão positivada pelo conhecimento complementar das leis naturais e da física, que regem a vida e o destino do ser humano, tão necessário ao profissional de Numerologia Cabalística. Uma abordagem muito mais proveitosa ao consulente do que simplesmente revelar negatividades sem apontar soluções e oferecer recursos para o seu desenvolvimento pessoal.
Os números estão subjacentes a tudo o que existe, e muito além da nossa imaginação.
Eles formam os emaranhados sobre os quais nós tecemos as teias das nossas realidades, com ordem e progresso, ou com desordem e caos.
A questão é, onde está o observador e como ele está vendo o emaranhado?
Há os que veem oportunidades, ajustam o caos, criam harmonia e paz, prosperam e evoluem na expansão da consciência, ante uma visão de vida eterna que apenas se alterna entre cá e lá dando sequência a um plano mental contínuo; se empenham cada vez mais no bem, na justiça e na ética, porque sabem que não há quebra de continuidade nos processos da evolução.
E há os que nada veem além de caos, não se esforçam para colocar ordem no emaranhado, não empenham sua vontade no desenvolvimento dos seus potenciais, da sua individuação, na construção do seu projeto evolutivo consciente e esperam, tão somente, pelos amuletos mágicos oferecidos pelos espertalhões que se utilizam das ciências do autoconhecimento, como a numerologia, astrologia, tarô e outras, distorcendo-as em suas verdadeiras aplicações.
Para estes, que nada fazem, é evidente que os números exercem poder sobre suas vidas, determinando aquilo que eles mesmos deveriam escolher.
Os números estão para nós e não nós para os números.
Portanto, quando aprendermos a lidar com o emaranhado de números sobre o qual se estabelece a vida, certamente criaremos realidades mais felizes e promissoras.
Luìz Trevizani
Presidente da APNC 2020-2022